Contexto: A violência obstétricaé um conceito multifatorial que envolve diversos atores, nomeadamente profissionais de saúde, parturientes e instituições de saúde, com influência direta sobre a sua definição e sobre o seu entendimento. Objetivo: Apresentar uma perspetiva holística do conceito violência obstétricaatravés da pesquisa e análise de estudos empíricos realizados com profissionais de saúde (e.g., enfermeiros, médicos, entre outros) e parturientes. Métodos: realização de uma revisão scoping, para a qual se estabeleceucomo conceito base o de violência obstétrica. A pesquisa foi realizada nas plataformas Scopus, Web of Science e b-on.Resultados: Obedecendo aos critérios de inclusão definidos foram analisados 18 estudos. Os resultados agruparam-se em torno das perspetivas de três atores: parturientes, profissionais de saúde e instituições. Destacou-se a falta de informação;não obtenção do consentimento informado;uso de discursos depreciativos;recurso ao abuso físico, verbal e psicológica; violação dos direitos da mulher;falta de formação;humanização por parte de alguns profissionais de saúde; e limitações nas instituições e serviços de saúde, como os fatores que são mais identificados/relacionados com a violência obstétrica.Conclusões: O presente estudo contribuiu para reforçar a necessidadedese clarificar e uniformizar o conceito de violência obstétrica junto dos profissionais e sociedade em geral e fundamentar a importância do desenvolvimento de um instrumento capaz de avaliar a experiência das parturientes relativamente à violência obstétrica apartir da sua experiência.
Palavras-Chave: Violência obstétrica; Profissionais de saúde; Mulheres; Sociedade; Estudo de revisão.
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Resumo: Atualmente cada vez mais exige-se que as investigações sejam publicadas, contribuindo para que o conhecimento ultrapasse o senso comum. No entanto, redigir um artigo científico não se revela uma tarefa fácil, impondo ao investigador muita motivação, tempo e persistência. Auxiliar alunos e jovens investigadores a conceber a estrutura de um artigo conforme as normas da American Psychology Association (APA) e das revistas científicas é o presente objetivo. São mencionadas as metodologias de investigação (qualitativa, quantitativa e mista), precedido das diferentes secções que constituem um artigo científico (título, resumo, introdução, métodos, resultados, discussão, conclusões e referências). Em cada secção é mencionado de forma breve o que deve ser o seu conteúdo, procurando clarificar a sua composição, focando a importância de realizar um processo deliberativo no que diz respeito à seleção da revista onde se pretende publicar.
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No contexto mundial de pandemia (SARS-CoV 2), o uso da internet evidencia-se na gestão global sanitária, aquisição de bens, teletrabalho, tele-ensino/aprendizagem, telemedicina e vinculação social. A internet faz parte do quotidiano dos adolescentes do século XXI – a geração Millennial. Os modos de ser adolescente constituem-se em torno de novas formas de TIC, de gerir tempo, espaço e articular as esferas do íntimo, privado e público, em constante reconstrução. Com os objetivos de compreender nos adolescentes a perceção da escola; analisar os recursos disponíveis e o tempo de utilização da internet e das redes sociais; compreender a perceção das vantagens e perigos da internet; e verificar a existência do cyberbullying, construiu-se um questionário para o efeito (44 questões). A partir de uma amostra de 196 adolescentes, do 3º ciclo, os resultados indicam que os participantes gostam da escola, têm maioritariamente computador portátil pessoal, acesso à internet e página pessoal, e que fora da escola preferem utilizá-los no espaço íntimo do quarto. Não se verificaram diferenças significativas por sexo no uso diário das redes sociais, mas as escolhas são diferenciadas. Reconhecem os riscos e perigos da internet, perante assuntos ofensivos não partilham com ninguém (62%) e publicam fotos e desabafos pessoais. O acompanhamento parental é, predominantemente, inconsistente ou inexistente. Existe o reconhecimento de ter sido vítima de cyberbullying (12.2%). Valoriza-se a educação para a internet.
No despertar das recordações de uma infância, rapidamente se fazem surgir memórias de não se querer chegar a “velho”, morrer sim, mas antes dos 50 anos. Não se quer viver a “velhice”. Emergem pensamentos quando se olha a pessoa idosa, como aquela que já se debateu com as suas guerras e pouco, ou nada poderia fazer neste mundo. Crianças e jovens, tão inocentes e imaturos! Como se pode pensar em morrer antes de ser “velho”, se é quando um indivíduo se torna uma pessoa idosa, é quando detém o conhecimento de décadas, dos quais os mais jovens ignoram, tal como os adultos de hoje ignoraram outrora a pessoa idosa.
Objetivo: Pretende-se com este estudo contribuir para análise psicométrica de um instrumento de avaliação relativo à exclusividade sexual. Método: Através do “Google Docs” realizou-se um inquérito composto por um questionário Sociodemográfico, a Dyadic Adjustment Scale (DAS) e a Escala de Avaliação da Exclusividade Sexual (EAES). Participaram no estudo 1031 indivíduos, tendo sido eliminados 45 por não cumprirem com um dos critérios de inclusão. Resultados: A EAES apresentou moderado índice de consistência interna (α de Cronbach = 0.83); verificando-se homogeneidade das variáveis (KMO = 0.88), teste de esfericidade de Bartlett (χ²(36) = 2781.171; p = 0.001) e correlações altas para a maioria dos itens. A Análise Fatorial Confirmatória (AFC), apresentou um ajustamento aceitável após a reespecificação do modelo pela correlação dos erros (χ²/df = 3.36; GFI = 0.98; CFI = 0.98; TLI = 0.97; RMSEA = 0.04; p[rmsea ≤ 0.05] = 0.53). Verificaram-se boas fiabilidades compósitas e a variância extraída média indicadora de validade convergente adequada. Conclusões: A EAES apresenta-se psicometricamente robusta na avaliação da exclusividade sexual composta pelas dimensões: Sexualidade e Autoestima.
Objetivos: O sono ao demonstrar-se fundamental para o desenvolvimento do indivíduo, despertando o interesse em investigar qualidade do sono em estudantes do ensino superior. Assim, pretendeu-se com o presente estudo, caracterizar as componentes da qualidade subjetiva do sono e sonolência excessiva diurna numa amostra de estudantes do ensino superior. Método: Aplicaram-se as versões portuguesas do Índice da qualidade do sono (PSQI-PT) e da Escala de Sonolência excessiva diurna (ESS), em 257 estudantes do ensino superior distribuídos por sete instituições de ensino superior. Resultados: A maioria dos participantes revelou subjetivamente uma má qualidade do sono e referiu dormir mais de sete horas durante a semana, sendo este número maior durante o fim de semana. A perceção da Latência do Sono e da Disfunção Durante o Dia diferiu em função do sexo dos participantes. Os trabalhadores-estudantes mostraram percecionar uma fraca Qualidade Subjetiva do Sono e uma menor Duração do Sono. Encontrou-se uma correlação baixa com significância estatística entre o PSQI-PT e a ESS. Apesar da maioria dos participantes da amostra percecionar uma má qualidade do sono, também a maioria revelou uma eficiência subjetiva do sono superior a 85,0%. Conclusões: Verificou-se que os participantes em estudo avaliaram subjetivamente a qualidade do sono como sendo pobre. Estudos futuros devem explorar possíveis programas de prevenção (i.e., alimentação, TIC, exercício físico) que melhorem a qualidade subjetiva do sono.
As novas tecnologias têm-se demonstrado um importante instrumento na promoção da qualidade de vida e segurança das pessoas idosas. A pesquisa centrou-se maioritariamente em estudos publicados nos últimos cinco anos, com o objetivo de compreender a participação das pessoas idosas numa sociedade mediada pela internet. Explorou-se a relevância das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) no quotidiano das pessoas idosas e a importância de melhorar a literacia destas num envelhecimento construtivo. As TIC quando adaptadas às necessidades da pessoa idosa, podem revelar-se uma importante ferramenta na participação de movimentos sociais, pro- movendo a pessoa idosa numa sociedade em constante transformação tecnológica.
Objetivo: O cyberbullying tem despertado a atenção na comunidade científica, existindo já uma maior preocupação por parte dos órgãos políticos perante um tema que se revela uma preocupação de saúde pública. Com a presente revisão sistemática da literatura pretende-se compreender a abordagem dos cuidados de saúde primários na identificação e prevenção do cyberbullying em crianças/jovens. Métodos:Com recurso a várias bases de dados (PubMed, Google Scholar, Web of Sciencee EBSCO), pesquisaram-se artigos científicos utilizando os operadores booleanosAND e NOTcom as palavras chave Cyberbullying, Child, Adolescente Primary Health Care. Incluíram-se os artigos entre os anos 2013 e 2018 com resumo e texto completo. Resultados:Identificaram-se no total sessenta e três artigos. Vinte e três artigos eram duplicados, onze artigos eram periódicos de revistas consideradas de cariz não-científico. Após leitura integral, eliminaram-se vinte e quatro artigos, em que somente cinco cumpriram com os critérios de inclusão. Conclusão:As Tecnologias de Informação e Comunicação apresentam benefícios e malefícios, onde a família/pessoa significativa e os enfermeiros desempenham um papel primordial na prevenção e antecipação de comportamentos derisco para o desenvolvimento integral da criança/jovem. Justifica-se um maior investimento na formação de profissionais de saúde, dotando-os de estratégias de avaliação e intervenção na prevenção do cyberbullying, identificando vítimas e agressores em todos os contextos (escolar, familiar, cuidados de saúde primárioeemergência hospitalar). Não tendo sido encontrados estudos realizados na Europa, sugere-se maior investigação que permita melhor compreender a promoção positiva do cuidar da criança/jovem e família perante o cyberbullying.